Dai a Deus o que é de Deus.

Mateus 22:15-22


"MISERICÓRDIA DIVINA"


MISERICÓRDIA DIVINA

Fala Jesus-Cristo a Sóror Josefa Menéndez 


      Ensinar-te-ei os meus segredos de amor, e tu serás exemplo vivo da minha Misericórdia, porque, se tenho tanto amor e predileção por ti que não és mais que miséria e nada, que não farei Eu por muitas outras almas mais generosas do que tu? Farei conhecer que a minha obra repousa sobre o nada e a miséria, e que esse é o primeiro anel da cadeia de amor que desde toda a eternidade preparo às almas. Farei conhecer até que ponto o meu Coração as ama e lhes perdoa. Vejo o íntimo das almas. .... O ato de humildade que fazem reconhecendo sua fraqueza. .... Pouco se Me dá a fraqueza delas. .... Supro o que lhes falta. Farei conhecer como é que o meu Coração se serve dessa fraqueza para dar a vida a muitas almas que a perderam. Farei conhecer que a medida do meu Amor e da minha Misericórdia para com as almas caídas não tem limites. .... Se tu és um abismo de miséria, Eu sou um abismo de Bondade e Misericórdia. O meu Coração é teu refúgio. Vem procurar nele tudo aquilo de que precisas, ainda mesmo que se trate de coisa que Eu te peça. Não julgues que deixarei de amar-te por causa das tuas misérias, não: meu Coração ama-te e não te abandonará jamais. Bem sabes que é propriedade do fogo abrasar e destruir: assim é próprio do meu Coração perdoar, purificar e amar. Não te disse muitas vezes que o meu único desejo é que as almas Me dêem as suas misérias? Se não ousas aproxímar-te de Mim, aproximar-Me-ei Eu de ti. Quanto mais fraquezas encontrares em ti, tanto mais Amor encontrarás em Mim. Pouco Me importam as tuas misérias, o que Eu quero é ser o Dono de tua miséria. A tua pequenez dá lugar à minha grandeza. .... A tua miséria e mesmo os teus pecados dão lugar à minha Misericórdia. .... A tua confiança atrai o meu Amor e a minha Bondade. Não vos peço senão aquilo que tendes. Dai-Me o vosso coração vazio e Eu o encherei; dai-Mo despido de tudo e Eu o revestirei; dai-Me as vossas misérias e Eu as consumirei. O que não vedes, Eu vo-lo mostrarei ... Pelo que não tendes, responderei Eu. Há muitas almas que crêem em Mim, mas poucas que acreditam no meu Amor; e, entre as que acreditam no meu Amor, são pouquíssimas as que contam com a minha Misericórdia. .... Se peço amor em correspondência ao que Me consome, não é o único retomo que desejo das almas: desejo que creiam na minha Misericórdia, esperem tudo da minha Bondade, e não duvidem nunca do meu perdão.
      Sou Deus, mas Deus de Amor! Sou Pai, mas Pai que ama com ternura e não com severidade. O meu Coração é infinitamente santo, mas também é infinitamente sábio e, como conhece a miséria e a fragilidade humanas, inclina-se para os pobres pecadores com Misericórdia infinita. Amo as almas depois que cometeram o seu primeiro pecado se vêm pedir-Me humildemente perdão. .... Amo-as ainda, quando choram o seu segundo pecado e, se isso se repete, não digo um bilhão de vezes, porém milhões de bilhões de vezes, amo-as e perdôo-lhes sempre e lavo no meu Sangue o último, como o primeiro pecado! Não Me canso das almas e o meu Coração espera sempre que venham refugiar-se nEle, por mais miseráveis que sejam! Não tem um pai mais cuidado com o filho que é doente, do que com os que têm boa saúde? Para com esse filho, não são maiores as suas delicadezas e a sua solicitude? Assim também o meu Coração derrama sobre os pecadores, com mais liberalidade do que sobre os justos, a sua compaixão e a sua ternura. Quantas almas encontrarão a vida nas minhas palavras! Quantas cobrarão ânimo ao ver o fruto dos seus esforços: um pequeno ato de generosidade, de paciência, de pobreza, pode vir a ser um tesouro e ganhar para o meu Coração um grande número de almas. .... Eu não atendo à ação: atendo à intenção. O menor ato, feito por amor, pode adquirir tanto mérito e dar-Me tanta consolação! O meu Coração dá valor divino às menores ações. O que quero é amar. Não procuro senão amor. .... Não peço senão amor. O fogo eterno do Inferno será a merecida paga pelo Amor de Deus desprezado, calcado aos pés.

(Revelações tiradas de Convite a uma Vida de Amor, de Sóror Josefa Menendez, 2a. ed., 1948, das págs. 94 a 133)